[Publicado na Revista Adventista - dez 09]
Materialismo. Hedonismo. Consumismo. Será que existem outros centros de atenção no Natal? Em geral, parece que não. Compras, enfeites, viagens, festas, comidas e roupas estão sob os holofotes de luzes coloridas. Mesmo sentimentos de união e fraternidade, divulgados tanto em cartões quanto em comerciais, tornam-se fórmulas vazias da felicidade como um fim em si mesma. Essa “fábrica da felicidade” não conta com a participação de Jesus Cristo. Esse Natal vive outro significado – vive o “lado Coca-Cola da vida”.
No mês de dezembro, tanto do ano passado quanto dos anos anteriores, a Coca-Cola lançou campanhas publicitárias com o seguinte conceito: “Viva o lado Coca-Cola do Natal”. A ideia de tornar a marca como sinônimo de felicidade não é nada inédita. Já em 1942, uma publicidade do refrigerante mostrava um pai montando uma árvore de Natal ao redor de sua família. Todos estão felizes. Motivo principal: o filho traz em suas mãos garrafas de Coca-Cola. O texto completa: “Momentos felizes em casa são mais brilhantes quando se acrescenta uma Coca-Cola gelada. É uma velha amiga da família, pronta para ajudar a qualquer hora”.
A Coca-Coca revolucionou o Natal. Além de trazer a alegria verdadeira a esta data (quanta pretensão!), universalizou a figura mais querida deste período do ano: o Papai Noel. A Coca-Cola foi a maior responsável pela popularização do bom velhinho em vermelho e branco (convenientemente das mesmas cores da marca) e com traços de um senhor bondoso. Antes disso, ele era comumente pintado em tons marrons ou verdes e tinha feições de duende.
As publicidades desse refrigerante também foram as responsáveis por criar o clima da chegada do Natal durante décadas. Quem não se lembra do comercial do comboio de caminhões da Coca-Cola, passando por uma autoestrada escura, chamado a atenção de pais e crianças, fazendo acender as luzes das casas por onde passava, ao som de uma canção quase mágica?
Não é à-toa que em 2009, pela décima vez consecutiva, a Coca-Cola é a marca mais valiosa do Planeta. Não se trata apenas de um refrigerante. Trata-se de um estilo de vida. Vida feliz. Feliz em si mesma.
Acontece que esse conceito mágico do Natal Coca-Cola é muito mais que mero sensacionalismo publicitário. É uma forma de substituir o verdadeiro motivo de celebração do Natal. O jornalista e humorista Art Buchwald satirizou essa realidade numa crônica de título irônico: “Deve-se permitir às igrejas, abrirem no dia do Natal?” Segundo o enredo, cidadãos protestavam contra igrejas que queriam dar um sentido religioso ao natal (que pecado!). O representante desses manifestantes argumenta: ”Bastante dinheiro, tempo e propaganda foram colocados na preparação do Natal, para deixarmos que uma pequena minoria estrague o evento usando este dia para ir à igreja. Não somos contra igrejas, mas somos terminantemente contra estas igrejas permanecerem abertas no dia dedicado ao nosso faturamento”.
Não permita que os convites à felicidade consumista e existencialista encantem você a tal ponto de achar que isso é alegria de verdade. Refletindo sobre o tempo que viveu longe de Deus, provando e fazendo tudo o que queria, Salomão escreveu: “Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade. Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve? (Ec. 2:1-2).
Durante este mês de dezembro, torne Jesus ainda mais especial em sua vida. Fale mais com ele. Pense mais nele. Leia mais sobre ele. Dedique mais tempo emse demorar nas maravilhosas narrativas dos evangelhos e se debruçar sobre livros como “O Desejado de Todas as Nações” e tantos outros dos quais Cristo é o personagem principal. Enquanto o mundo desvia dele o foco, lance o olhar ao único capaz de lhe dar vida feliz, vida eterna.
“Tu me mostras o caminho que leva à vida. A tua presença me enche de alegria e me traz felicidade para sempre” (Sl 16:11 - NTLH)
Viva o lado Jesus Cristo do Natal!